quinta-feira, 17 de outubro de 2024

 Essa pessoa quem vos escreve é uma pessoa renovada com as férias. Quem DIRIA QUE DESCANSAR PODERIA MELHORAR MEU ESTRESSE! Não é mesmo?

Nessas férias eu:

Viajei para uma ilha;

Fiz amigos da argentina e um de São Paulo;

Refleti sobre minhas ações, embora boa parte ela em relação a minha família ainda precise muito a melhorar;

Fiz um cursinho de escrita criativa (que foi bem legal poder ver o texto de uma outra forma além desabafo-trabalho);

Joguei com amigos;

Joguei sozinha;

Fui a aniversários;

Bati vários papos;

Fui bastante a praia;

Fiz prova;

E por fim dormi muito.


- que minha nova fase pós-férias seja boa e que eu tenha cabeça, para resolver os futuros pepinos que poderão vir com sabedoria e calma. Esse são os meus mais sinceros desejos!


Segue aqui alguns textos que fiz na oficina de escrita criativa:

Esse 1o exercício foi olhar uma foto e criar uma história por cima.

Consuelo & Leonor

Consuelo e Leonor se encontram num café depois de um longo tempo sem se ver,

Sentaram perto da janela, pediram suas bebidas. 

Consuelo notou sua amiga um pouco… diferente, mas colocou a culpa no tempo que estavam afastadas.

Pediram cada uma suas bebidas e começaram a "malhar a língua": quem casou com quem, quem se separou, quem morreu e o papo se estendeu. Quando  a prosa foi bruscamente interrompida por uma mulher que descobriu que estava sendo traída. 

Teve gritaria, agressão nos amantes até que o dono da cafeteria resolveu chamar a polícia.

Quando a polícia chegou, Leonor que já estava estranha, ficou branca e começou a suar. O nervosismo bateu a porta.

Resolveram sair da cafeteria e foram ao parque.

Consuelo com a pulga atrás da orelha resolve confrontar a amiga e Leonor sem muitos rodeios falou:

— Estou encrencada por causa de dívidas.

— Por Deus! Como assim? - A amiga sabia que ela era de família abastada e que até o seu marido também tinha boas condições.

— Eu comecei a jogar... O jogo do Gatinho.

— Oh céus!

— Começou inocente. Estava desocupada e queria me distrair com novas tecnologias, quando vi... perdi muito dinheiro das minhas contas.

— Mas você não consegue recuperar? E seu marido já sabe?

— Não. Mas se ele descobrir vai me matar, eu tenho certeza.

— Mas você buscou ajuda? Está vendo alguma solução?

— Bem, eu achava que conseguiria resolver sozinha. Então pedi ajuda para um rapaz, que em troca me pediu um serviço.

— Serviço?

— É...

As duas param de caminhar e se encaram.

Leonor começa a soletrar em voz muda:

CO-CA-Í-NA.

Consuelo arregala os olhos e faz negação com a cabeça.

Leonor mexe a cabeça positivamente.

— Onde está?

Ela aponta discretamente para sua nádega.

Aqui meus queridos, Consuelo que já estava em choque ficou muito mais perplexa.

Leonor, 71 anos, esposa, mãe, avó e amiga estava com cocaína em lugares que Deus nem se daria o trabalho de querer olhar.

Para acalmar a amiga, ela fala que o serviço já está terminando e que precisaria passar em um lugar para entregar os pacotinhos, que o problema já estaria resolvido.

— Bem... qual o lugar que você vai? Eu posso te acompanhar.

E ela deu o nome e as duas foram juntas ao local da entrega.

Nervosas com o lugar "distinto", sem antes ter nunca pisado e apenas visto hora ou outra num jornal da vida, pediram pra um olheiro ajudar a encontrar o senhor Pintassilgo. Chegando lá, muitos rapazes armados. Leonor quase soltou as drogas por ali mesmo.

Achando que já tinham terminado o serviço, o Pintassilgo fala que não acabou e que a entrega final em outro endereço.

As duas se entreolharam.

O segundo endereço era um local conhecido. Da alta sociedade e estranhamente as amigas sabiam bem qual era a casa, que até então achavam que estava vazia.

Bateram na porta e um "mordomo" abriu e as recebeu. O hall era lindo. 

— Por aqui senhoras.

Chegaram numa outra sala que dava para uma festa. UM TREMENDO BACANAL 

Com pessoas nuas e máscaras.

As duas novamente se entreolharam. Nesse momento internamente os olhos de consuelo brilharam, porque já tinha tempo... né meus queridos.

Enfim, foram levados para uma outra sala e lá sentado na poltrona estava o cliente final.

 Seu Aristides. 78 anos. Marido de Leonor. Comandava a festa, aliás as redes de festas. 

MOMENTO CHOQUE NÍVEL DRAMA DE FILME INDIANO.

Passado a semana depois do ocorrido, as amigas se reencontram. Trocam-se as figurinhas. Tudo como deveria ser. Nos afastamos e vimos apenas duas senhoras amigas.


Esse segundo foi um exercício de 15minutos de escrever o que se vê, no meu caso escrevi o que vi pela janela/o que estava fazendo:

Da minha janela vejo: um pé de acerola carregada; a rua vazia; o lixo do lado de fora esperando o lixeiro passar; luzes acesas das casas e os gatos da rua esperando a vizinha passar pra colocar a comida pra eles.

Vejo a mudança de tempo acontecendo, as nuvens chegando e o calor indo embora com o vento forte e fresco.

As folhas balançam e os morcegos saem pra explorar. Cachorros latindo e criança chorando, é recém nascida e a gente sabe, porque tem um chorinho diferente.

Choro de quem está se acostumando com o mundo novo.

Cheiro de fumaça de folha queimando, porque tem vizinhos que são sem noção?

Ao mesmo tempo que irrita, traz também uma lembrança de infância em que as quartas à noite era mais movimentadas na minha rua com criança correndo. Era vários piques: pique esconde, pique pega e pique bandeira.

Vôlei, corda, casinha e corrida.

Em muito e ao mesmo tempo tudo muda. Por exemplo:

Quando o lixeiro passar não haverá mais lixo. Quando o fogo parar de queimar só restam as cinzas e essas já vão ter voado com o vento, que leva as folhas e as nuvens para outro lugar.

Em minutos ou horas, você escolhe. A minha rua não será mais a mesma eo que eu via da janela já vai ser outra vista. Talvez com um céu mais limpo, talvez sem o choro do neném e os gatos voltam a se esconder por aí.

Também pode ser que nesses minutos eu tenha mudado, ideias, olhar, pensamento, cabeça.

talvez e mesmo assim não será eterno o que continua o mesmo são as grades da minha janela.





Com minhas baquetas toco a mesa, cadeira, coxa, ar, caderno, almofada.

Tudo para aprender a tocar um reggae town safado na bateria.