domingo, 27 de novembro de 2022

Ontem, dia 26 de novembro de 2022, faleceu meu avô Roque Luís Lopes aos 89 anos.
Fiquei querendo mt escrever alguma coisa sobre esse dia, mas confesso que instagram, twitter ou facebook não seriam legais.
Queria escrever, não só para lembrar da data de sua partida, mas para desabafar e relembrar o que sei dele.
A história da minha família por parte de pai é mt embolada e cheio de problemas, fora minha memória não ser mt boa...
Enfim...
Meu avô nasceu em 5 de janeiro de 1933 (mas não sei se foi aqui no Rio ou em Minas).
Ele gostava muito de cinema e um dia me contou de qnd era menino e que o cinema era looonge (da época que as cadeiras aindam eram de madeira), como eravde familia humilde ele só tinha um sapato e qnd ia ao cinema tirava o sapato pra não estragar e qnd chegava perto limpava o pé numa poça pra voltar a calça-los.
Meu avô gostava mt de Mazzaropi (mt mesmo sabia de todas as falas).
Na juventude tinha o apelido de "boca rica", pq a mãe dele trocou alguns dentes originais por dentes de ouro.
Outra coisa curiosa do meu avô é q ele tb foi tipo uma barbie profissões e a mais doida foi qnd deram uma arma pra ele e assim nasceu o Roque detetive.(eu morro de rir com esse relato)
Diz meu avô que conheceu Getúlio Vargas quando era criança e Juscelino tb e que participou da guerra (eu não sei qual, mas ele dizia que foi)
Meu avô já me esqueceu no bicheiro e qnd foi voltar pra me buscar, o bicheiro para dar uma lição nele me escondeu.
Meu avô jogava muita carta e sueca então... o cara arrebentava, minha irmã que fazia dubla com ele teve que aprender a ser boa na marra.
Foi meu avô que me levou nas primeiras semanas de aula no Heitor Lira.
Confesso que ficava com o coração apertado de ver aquele velhinho indo pra casa sozinho.
Na adolescência gostava muito de saber sobre a historia do Brasil pelos olhos dele, de saber como era, uma pena eu não lembrar de quase nada.
Meu avô conhecia o Dicró e se emocionava mt com a música do "vovô" e confesso que essa música ecoa mt na minha cabeça.
Era defensor dos netos, ainda mais quando minha mãe danava de bater na gente.
Sempre tinha uns trocadinhos pra dar pros netos.
Sempre brincou, aprontou e fazia piadas de duplo sentido nos churrascos de família.
Tinha o cafézinho mais famoso de todo o bairro.
Ele e minha vó eram um exemplo de casal (embora eu achei alguns pontos dos relacionamento deles bem toxicos)
Eu amo muito esse velhinho.
Pra mim ele viveria pra sempre e seria eterno.
Gostaria de poder lembrar de muito mais coisas pra por aqui.
E gostaria mt de nunca esquecer a sua vozinha.
Voltando sobre o jogo do bicho o mesmo falou que era pra usar o numero da gaveta dele pra jogar.
Meu avô sempre fez piada com a morte.
De falar pra mim que ia se mudar prum lugar tranquilo e que os vizinhos não fazem barulho e logo em seguida apontava pro cemiterio de irajá.
Outra vez, minha tia contou, que ele subiu na mesa de ping pong e fingiu de morto, mndou chamar minha tia, que coitada já ficou impressionada com a situação.
Vou sentir faltas das suas  piadocas "pq o boi baba? Pq não sabe cuspir".
E quando ele contava histórias com assombrações? Lembro que ele já deu um susto em uma.
Se houver outra vida espero que você seja cineasta vô. Pra contar histórias e pra estar perto de um mundo que vc sempre admirou.
Eu desejo que sua passagem tenha sido na paz e que tenha e que continue recebendo nosso amor, pq esse amor eu tenho certeza que vai muito além de qualquer vida que a gente tiver.
Agradeço por tudo vô desde os trocadinhos até suas histórias. 
Boa viagem e até breve.